O bairro onde moro: tecendo conhecimentos geográficos pela construção de mapas afetivos
tecendo conhecimentos geográficos pela construção de mapas afetivos
DOI:
https://doi.org/10.17398/2531-0968.13.09Palavras-chave:
Bairro; Lugar; Conhecimentos Geográficos; Mapas Afetivos; Juventudes; Periferias Urbanas.Resumo
Este artigo discute a produção de conhecimentos geográficos por jovens moradores de periferias urbanas, a partir da construção de mapas afetivos. O texto, tributário de um estudo de pós-doutoramento, contou com a participação de quinze jovens selecionados a partir da técnica 'bola de neve'. Para a coleta dos dados da pesquisa recorremos à metodologia proposta por Bomfim (2010), denominada mapas afetivos, que utiliza desenhos, sentimentos e qualidades além de outros elementos discursivos. Destes emergiram categorias a exemplo do pertencimento, atração, insegurança e destruição e que originaram metáforas reveladoras da relação de afetividade sujeito-lugar. As metáforas do bairro-história, bairro-acolhimento, bairro-festa, bairro-desarrumação e bairro-comércio sugerem uma articulação com conhecimentos geográficos potencialmente produzidos na relação no/com/o bairro. A discussão evidencia que para entender o bairro onde moro e a tessitura dos conhecimentos geográficos pela construção de mapas afetivos, há que se investir no enredamento, há que se apostar num ensino de Geografia como expressão da vida cotidiana extrapolando a objetividade e as subjetividades dos sujeitos corporificados, assinalados no corpo/mente/sentimento dos atores sociais com o espaço que edificam. Os conhecimentos geográficos potencialmente emergidos destas metáforas traduzem-se em sentidos, produções e significações dos sujeitos e evidenciam tessituras múltiplas de conhecimentos enredados no lugar convergindo para a construção de aprendizagens.
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